Os corticoides (ex: prednisolona, prednisona) são utilizados para o tratamento de diversas doenças tais como Asma, Artrites, Síndrome Nefrótica (doença dos rins) e tumores. Para essas e outras patologias tem doses e indicação médica precisa.
No entanto, o uso crônico, prolongado ou por diversas vezes ao ano, pode ocasionar inúmeros efeitos colaterais. É fundamental pesar o risco benefício para cada patologia e ficar atento com as reações que vou citar abaixo.
Durante o uso dos corticoides a criança pode apresentar: irritabilidade, distúrbio do humor, aumento do apetite, ganho de peso e sangramento nasal. Esses efeitos geralmente regridem após a suspensão, quando usados em períodos curtos (< 14 dias).
Se o uso for prolongado, geralmente maior que 14 dias ou por diversas vezes em curto espaço de tempo, pode ocasionar: Síndrome de Cushing (aumento da gordura corporal, rosto avermelhado, lembrando uma lua cheia), pressão alta, aumento da glicemia, excesso de pelos, Glaucoma e Catarata (doenças nos olhos que podem afetar a pressão ocular ou levar a cegueira), insuficiência adrenal (a medicação atrapalha o funcionamento desta glândula que produz o cortisol e esta situação pode levar a vômitos, desidratação e até a morte), fraturas ósseas, infecções (por redução na imunidade), sangramento do trato digestivo, entre outros.
Muitos pais não têm noção de que isso pode ocorrer com seus filhos, por isso quis escrever sobre este assunto. Tenho visto muitos pais usarem sem prescrição médica a prednisolona, especialmente para tosse. Esta medicação é muito séria e só deve ser usada em questões graves pulmonares e não por simples tosse.
Tenho recebido muitas crianças com uso indiscriminado de corticoides e com os efeitos listados acima, por isso fica o alerta. Atenção mesmo ao usar corticoides!
Para concluir, como Endocrinologista Pediátrica quero afirmar que os corticoides são excelentes medicações quando bem usadas, mas devem ser monitoradas em seus efeitos adversos. Portanto, cautela é a palavra chave e quando possível usar os corticoides na menor dose, menor potência, menor tempo possível para cada doença e claro com acompanhamento médico.
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