Diabetes na infância. O que fazer?
Primeiramente é importante saber que há diversos tipos de diabetes, sendo os mais comuns diabetes tipo 1 e tipo 2. O diabetes tipo 1 é mais comum na infância e ocorre quando as células beta pancreáticas param de produzir insulina. O diabetes tipo 2 ocorre geralmente nos adultos, mas nas últimas décadas tem aumentado a incidência nos adolescentes. Isso é devido aos maus hábitos alimentares associado ao sedentarismo que culmina em resistência insulínica e posteriormente em diabetes tipo 2.
No diabetes tipo 1 não há prevenção, mas os tratamentos têm avançado a fim de melhorar a qualidade de vida e evitar complicações. No passado as insulinas eram aplicadas apenas com seringas, atualmente utilizamos aplicadores em formato de caneta, dando mais comodidade e reduzindo a dor nas aplicações. A insulinas se modernizaram, são os chamados análogos de insulina basal e rápidos. Deste modo os tratamentos são mais fisiológicos e atendem melhor as necessidades individuais de cada paciente. Ainda em relação as insulinas podemos utilizar os sistemas de infusão contínuos, também conhecidos como bombas de insulina. Este seria o tratamento mais inovador na área. Na prática um cateter com cânula são conectados ao corpo do paciente e um pequeno reservatório de insulina (a bomba) é programada para liberar pequenas doses do medicamento, conforme uma programação prévia, estabelecida pelo médico. O paciente quando se alimenta, informa ao equipamento e este lança a dose necessária de insulina para que a glicemia não se eleve. Apesar dos grandes benefícios da bomba de insulina, existem requisitos importantes para esta terapia. A família deve entender bem o funcionamento da mesma, saber realizar a contagem de carboidratos e claro, por ser uma terapia de alto custo, não está acessível a todos.
A nutrição balanceada e saudável é outro grande pilar do tratamento de qualquer tipo de diabetes. A contagem de carboidratos, citada acima, é um tipo de terapia nutricional que auxilia para o bom controle do diabetes. Ela é usada com os análogos de insulina rápidos, sendo que o paciente aplica mais ou menos insulina, conforme a quantidade que come. Isso é fantástico quando falamos dos pacientes pediátricos, que apresentam muitas hipoglicemias (glicemia baixa <70 mg/dl) ou hiperglicemias, quando utilizam doses fixas de insulina.
Outra inovação são os sensores de glicose. Há pouco mais de 1 ano chegou ao Brasil o sistema flash de monitorização, no qual mede a glicose sem necessitar da famosa “picada no dedo”. Neste sistema, um pequeno sensor, do tamanho de uma moeda de 1 real, fica acoplado ao corpo e a pessoa passa um pequeno aparelho que verifica a glicose quantas vezes for necessário e sem dor. Ele ainda registra a tendência da glicemia, os gráficos com as medidas anteriores, enfim é uma ferramenta valiosa que melhora muito o controle glicêmico.
Sobre o diabetes tipo 2, esse tem prevenção! A base da prevenção está em desde o nascimento incentivar alimentação com muitas verduras, legumes e frutas, alimentos integrais, redução dos alimentos industrializados, pouco açúcar e sal. Promover brincadeiras e esportes de 30-60 minutos ao dia, conforme a idade e realizar acompanhamento médico. Quando há casos na família, o risco aumenta, mas mesmo assim pode ser evitado pela mudança nos hábitos de vida e em último caso medicamentos.
Em suma, se uma criança for diagnosticada com diabetes é importante não se desesperar, seguir os passos da terapia e ser acompanhado por um profissional especializado na área.
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