Sim. Muitas pessoas pensam que as doenças da Tireoide afetam apenas adultos, mas estão enganadas. A Tireoide é uma glândula, localizada na região anterior do pescoço e produz os hormônios conhecidos como T3 e T4, que são essenciais para a vida, sendo reguladas pelo TSH produzido pela hipófise.

Quando a Tireoide está funcionando pouco, denomina-se hipotireoidismo. Há várias causas para o hipotireoidismo, sendo a Tireoidite de Hashimoto o tipo mais comum, que é uma doença autoimune na qual o próprio corpo destrói a glândula. Esta doença da tireoide é mais frequente no sexo feminino e na adolescência, porém pode ocorrer em ambos os sexos e em qualquer faixa etária. Os principais sintomas do hipotireoidismo são: cansaço, sonolência, ganho de peso, queda de cabelo, pele seca, unha quebradiça, dificuldade de aprendizado e déficit de crescimento. Além disso, algumas crianças podem apresentar um bócio (inchaço do pescoço), mas esse pode ser um sinal tardio, além de bradicardia.

É importante ressaltar que muitas crianças obesas ou que estão com baixa estatura, podem estar com hipotireoidismo, sendo imprescindível à avaliação da função tireoidiana. Outra informação importante é que os bebês podem nascer com alterações da Tireoide, denominado hipotireoidismo congênito. Este diagnóstico é realizado com o auxílio do “Teste do Pezinho”, sendo muito importante sua detecção precoce, pois estes hormônios são fundamentais para o desenvolvimento do cérebro. Quando a criança não recebe o tratamento adequado que se inicia nos primeiros meses de vida, ela pode apresentar grandes dificuldades de aprendizado.

A segunda doença tireoidiana que mais acomete as crianças e adolescente é o hipertireoidismo (produção excessiva de hormônios), sendo mais comum a doença de Graves, que também é uma doença autoimune. Neste caso, é comum o aparecimento de bócio e os principais sintomas são: irritabilidade, alterações do humor, calor excessivo, suor nas mãos, palpitações, tremores e alterações nos olhos.

É bom lembrar que toda criança que apresenta um familiar de primeiro grau (pais, avós, tios ou irmãos) com alguma alteração da Tireoide, tem maior chance de ter uma doença desta glândula e necessita realizar uma avaliação próxima da adolescência ou em qualquer idade se apresentar qualquer sinal clínico de hipotireoidismo ou hipertireoidismo. Quando confirmada uma das doenças acima, na maioria dos casos são utilizados medicamentos orais de reposição ou bloqueio hormonal e o acompanhamento é realizado com o endocrinologista pediátrico.

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